Tanto gestores como conselheiros irão precisar, mais do que nunca, de conhecimentos contábeis, financeiros e digitais para administrar negócios no próximo ano
As mudanças no sistema tributário, bem como certas inovações tecnológicas previstas para o mercado em 2024, causarão impactos que serão sentidos por todo o empresariado brasileiro. Sendo assim, nos próximos 365 dias, será crucial que os conselheiros atualizem seus conhecimentos para que possam contribuir com questões relacionadas às análises de demonstrações financeiras.
Para Clodoaldo Oliveira, diretor geral da JValério Gestão e Desenvolvimento, no novo cenário, as organizações precisarão contar com profissionais com formação em contabilidade ou áreas relacionadas às finanças e aptos a lidar com a transformação digital. “Estar conectado às principais tendências e inovações do mercado financeiro é uma prerrogativa na carreira de todo executivo que almeja o sucesso no próximo ano. E isso vale para todos, conselheiros e executivos”, opina.
Inclusive, o diretor geral da JValério preparou uma lista com os principais pontos de atenção para os gestores no próximo ano. Leia a seguir.
1. Reforma tributária
Certamente, após a aprovação da Reforma Tributária as empresas terão um longo período de adaptação pela frente. Após a série de transformações que entrarão em vigor no sistema tributário nacional após a aprovação da PEC 45/2019, uma ampla gama de oportunidades irá surgir aos escritórios de contabilidade. Não por acaso, caberá aos contadores e especialistas tributários a missão de reorganizar as exigências legais das empresas dentro dos prazos a serem estipulados pela lei. Afinal, a adequação será obrigatória e dificilmente gestores e conselheiros irão dar conta das demandas sozinhos, salvo aqueles que tiverem a expertise adequada.
2. Concorrência financeira
Os consumidores, entre os quais também estão as organizações, podem esperar mais funcionalidades oferecidas pelo sistema financeiro brasileiro. A exemplo do que já ocorre desde a criação do PIX, método de pagamento instantâneo; a Drex, moeda digital do Banco Central; e, finalmente, o Open Finance, voltado ao compartilhamento de dados, produtos e serviços entre instituições financeiras, farão parte da rotina no departamento financeiro das organizações.
3. Tokenização
A tokenização, tecnologia que transforma um ativo ou direito em uma representação digital, vai acelerar o passo com que vem ocupando espaços nos mercados financeiro e de capitais no Brasil. Para especialistas, a definição do marco regulatório é um passo fundamental para que a tokenização possa cumprir o papel de democratizar o acesso de mais pessoas e empresas aos mercados de investimentos, reduzindo camadas de processos e de intermediários nos negócios.
A tecnologia vai permitir que as transações financeiras sejam realizadas de forma mais rápida e segura no país.
4. Segurança cibernética
Tudo indica que o avanço acelerado da economia digital sobre o setor financeiro vai demandar um contínuo incremento dos investimentos em segurança cibernética. Sem falar na formação de profissionais para que o segmento consiga manter os padrões ante as ameaças igualmente crescentes. Em função disso, os grupos financeiros que operam por aqui devem ampliar o volume anual, atualmente em R$ 3 bilhões, dos investimentos em TI com esse foco.
Segundo dados do FortiGuard Labs, controlado pela empresa global de segurança cibernética Fortinet, o Brasil já é o segundo país da América Latina que mais sofre ataques cibernéticos, tendo registrado 103,2 bilhões de tentativas em 2022. Segundo o Banco Central, fraudes por meios digitais causaram perdas de R$ 2,5 bilhões no mesmo ano.
5. Cada vez mais tecnologia
Os investimentos crescentes por parte das empresas e definição de marcos regulatórios, vão manter o Brasil entre os países que lideram os rankings globais de adoção do blockchain - a tecnologia que agrupa um conjunto de informações que são conectadas por meio de criptografia. Inclusive, a economia brasileira já ocupa a nona posição entre as que apresentam as maiores taxas de penetração dessa tecnologia no dia a dia das pessoas, citando a última edição do Índice Global de Adoção de Criptomoedas, da plataforma de dados Chain Analysis.
Caracterizada pela descentralização e transparência, a blockchain tem o potencial de revolucionar o setor financeiro. Ela oferece a possibilidade de transações mais eficientes, seguras e transparentes, além de permitir a criação de novos modelos de negócios.
6. ESG
Negócios que priorizam políticas e programas de caráter ESG (do Inglês, ambiental, social e governança corporativa) estão no radar tanto dos consumidores quanto dos investidores. Por causa da maior demanda por investimentos e projetos que sigam essas pautas, a governança corporativa deverá caminhar lado a lado com práticas sociais e sustentáveis em 2024.
Capacitação
A JValério oferece para membros de empresa familiar, acionista, executivo ou profissional experiente uma solução para quem quer fazer parte do conselho de administração. Trata-se do Programa de Desenvolvimento de Conselheiros (PDC), realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC).
O conteúdo do programa abrange diversas frentes justamente para atender as intensas transformações do ambiente de negócios e que impactam tanto novatos como veteranos. Diversidade, inovação, gerenciamento de riscos e ESG (ambiental, social e governança) pautam a nova agenda do órgão.
O PDC é uma forma dos profissionais se conectarem com as melhores práticas nos campos da governança e da gestão. Mais que promover debates sobre as responsabilidades do cargo, o programa visa a reflexão profunda e o desenvolvimento de uma base sólida de fundamentos sem deixar a articulação de lado. Em resumo, o participante poderá sentir na pele o que é viver cada etapa de uma reunião do colegiado com a metodologia board case.
Foto: Rafael Agostinho.
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