Professoras Simone e Edna Ritzman ministram curso de Violino Suzuki na
31ª Oficina de Música de Curitiba
Após três décadas, a Oficina de Música de Curitiba ganhou o reconhecimento que merecia e precisava para ser resguardada. Por meio de um projeto de lei o evento foi inserido no calendário oficial da cidade, em dezembro do ano passado. O festival, um dos mais importantes do gênero na América Latina, é considerado por muitos como patrimônio cultural da capital paranaense: são 20 dias de evento, 92 cursos, quase 90 programações, entre concertos, shows e palestras. Participam cerca de 1,5 mil alunos e 99 professores vindos de 17 países diferentes. Na 31ª edição, a Oficina é dona de uma história enriquecedora para a cultura local: contribuiu para a formação de gerações de músicos e criação e ampliação de plateia nos espaços culturais da cidade.
“Como eu já fiz parte deste evento como estudante eu compreendo muito bem a colaboração da Oficina para a vida de gerações de músicos. Aqui, neste processo de imersão de estudos, de cruzamento de informações e contato com professores de outros países, as pessoas tem uma orientação de que caminho tomar na profissão. Esse é o grande serviço que a Oficina realiza. Não existe uma orquestra no Brasil que não tenha um músico que passou pela Oficina de Música de Curitiba”, afirma Janete Andrade, diretora geral do evento.
As professoras Edna e Simone Ritzman, mãe e filha, já foram alunas da Oficina e depois passaram a ministrar cursos no evento. “Fomos alunas da primeira edição. E em 1990, passamos a dar aulas quando o método Suzuki foi introduzido na grade de cursos. Trabalhamos bastante com crianças e vejo como a Oficina motiva os estudos dos alunos, até dos mais jovens. Além das aulas, eles assistem aos concertos e vivem experiências sociomusicais que levarão para o resto da vida”, acredita Simone, de 50 anos, que também é violinista da Orquestra Sinfônica do Paraná.
A pequena Luísa Cintra Estorilio, 8 anos, é uma das alunas da dupla. Já participa pela segunda vez do curso de Violino Suzuki, e sabe elencar muito bem os ganhos para os seus estudos após uma semana intensa de aulas. “A música é muito importante na minha vida. Por isso eu gosto de participar da Oficina, porque a gente sempre aprende canções novas e legais, e ouço muita música, o tempo todo”, disse a menina, que estuda violino desde os 4 anos.
Dos que já passaram pela Oficina, a professora Edna lembra as conquistas na profissão. “Ainda tenho contato com vários músicos que foram meus alunos na Oficina e hoje estão bem estabelecidos na carreira. Alguns se tornaram solistas, outros trabalham nos Estados Unidos, Suíça e Alemanha. Dia desses, soubemos que um ex-aluno da Simone está tocando na Orquestra de Câmara de Israel”, acrescenta Edna Ritzman, 70 anos. Uma das ex-alunas dela é a Helena Carollo, da Camerata Antíqua de Curitiba.
“Participei da Oficina nos primeiros anos, ainda no Solar do Barão, com poucos alunos e cursos, um pouco diferente do que é hoje. Foi muito bom e importante para os meus estudos com a viola. A Oficina funciona como um curso intensivo de férias para o estudante de música, porque você não para nunca e fica envolvido o ano inteiro” disse Helena Carollo.
Espaço para crescimento técnico e humano
A professora Mara Campos, do Rio de Janeiro, que participa da Oficina de Música desde o início, em 1982, já ministrou cursos em mais de 20 edições do evento. Segundo Osvaldo Ferreira, maestro e diretor artístico da Oficina Erudita, Mara Campos “tem o DNA da Oficina”. “Ainda tenho contato com alunos que começaram na época do Solar do Barão. Muitos participam anos seguidos. Outros voltaram a fazer a Oficina, depois que casaram, constituíram famílias e já estão com a profissão consolidada. Agora alguns trazem os filhos para participar”, conta
À frente dos cursos de Regência Coral e Prática Coral, na Fase Erudita da 31ª edição, Mara Campos viu de perto o evento ser gerado. “Acompanho o crescimento da Oficina, vejo também a ampliação e renovação de alunos que chegam até nós com um espírito bem construtivo. Este evento é importante não só por favorecer a multiplicação de artistas, mas também a criação de plateia. Na verdade, a gente não tem ideia da penetração do serviço que a Oficina presta para a comunidade musical e para toda a sociedade”, disse a professora, que aproveita para reforçar o perfil pedagógico do evento.
“O evento não serve como uma vitrine de virtuoses. É um espaço de aprimoramento, para compartilhar a música e estimular as pessoas. Em um período curto, o conhecimento é vivido intensamente, são várias horas de prática, por dia, e de contato com novos repertórios, estéticas, sonoridades e grupos. A Oficina de Música de Curitiba é um espaço para o crescimento técnico e também humano dos músicos e estudantes”, conclui Mara Campos.
Basta olhar para o passado, quando tudo começou em 1982, no Solar do Barão, com um pouco mais de 100 alunos e oito cursos, para ver o quanto o evento cresceu. E junto com ele, a cultura, a música e os artistas de Curitiba.
A 31ª Oficina de Música de Curitiba é uma realização do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Fundação Cultural e Prefeitura de Curitiba, Governo do Estado do Paraná, Ministério da Cultura e Governo Federal, com o patrocínio da Petrobras e da Sanepar, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. A 31ª edição conta ainda com o apoio cultural das seguintes instituições: Ano Brasil Portugal, Casa da Música de Portugal, Centro Cultural Teatro Guaíra, Conservatório de Lyon, Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Faculdade de Artes do Paraná, Família Farinha, Goethe-Institut Curitiba, Jasmine Alimentos, Musicamera Produções, Orquestra Filarmônica de São Petesburgo, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Paraná, Rádio e Televisão Educativa do Paraná – E-Paraná, Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Mais informações sobre a 31ª Oficina de Música de Curitiba nos sites:
Fonte: Ieme Comunicação.
Foto: Alice Rodrigues.
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